tag:blogger.com,1999:blog-346053445710438531.post7483107975429907308..comments2023-04-15T09:00:25.165+01:00Comments on O Reino dos Fins: Para que serve a religião?Igor Caldeirahttp://www.blogger.com/profile/01059359916396807075noreply@blogger.comBlogger5125tag:blogger.com,1999:blog-346053445710438531.post-10794420098749296572008-03-27T00:15:00.000+00:002008-03-27T00:15:00.000+00:00Olá Heliocóptero,"A dimensão moral existe sem dúvi...Olá Heliocóptero,<BR/>"A dimensão moral existe sem dúvida alguma autonomamente, mas isso não impede que as regras de conduta civis possam ser complementadas por uma contextualização religiosa"<BR/>Eu coloquei isto debaixo do chapéu da "dimensão social"; um casamento é apenas um contrato legal, tal como o enterro de alguém não obriga à existência de um velório. No entanto, a maior parte dos indivíduos sente necessidade da cerimónia, do rito, de socializar um determinado evento. <BR/><BR/>Foi também nesse sentido que encaminhei a minha menção ao Humanismo Secular: em países como os Estados Unidos, o Reino Unido ou a Suécia há ateus e agnósticos que criam instituições (no seio da IHEU) que desempenham essas funções de complementaridade. <BR/><BR/>No fundo, ao falar da religião eu estava a falar da não-religião e da desintegração social que há se essa função não for preenchida na fatia crescente de pessoas (em particular na Europa) que é ateia ou (mais frequentemente) agnóstica. Como ateu realmente acho que essa função deveria ser preenchida - como disse no post, é precisamente nesse campo que as religiões tendem a ganhar vantagem.Igor Caldeirahttps://www.blogger.com/profile/01059359916396807075noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-346053445710438531.post-38818431261998670642008-03-26T15:22:00.000+00:002008-03-26T15:22:00.000+00:00Esqueci-me de referir outro ponto.A organização da...Esqueci-me de referir outro ponto.<BR/><BR/>A organização das religiões em associações, organizações comunidades locais com orgãos próprios é uma necessidade que decorre do próprio Estado de direito. Cidadãos que partilhem um conjunto de crenças e rituais e que desejem estabelecer um espaço de culto comum, organizar ou participar em actividades culturais, adquirir terrenos ou utilizar alheios com a devida permissão ou requerer a realização de actividades de culto em espaço público, terão mais facilidade - ou credibilidade - se o fizeram como entidade colectiva com personalidade jurídica. E isso implica que se organização enquanto associação religiosa.<BR/><BR/>Podemos naturalmente questionar que tipo de organização será, se dá mais ou menos liberdade aos seus membros, se estabelece ou não uma ortodoxia, mas a necessidade de os crentes se organizarem parece-me inevitavel a qualquer comunidade religiosa que queira subsistir. Até os ateus se associam juridicamente falando!Héliocopterohttps://www.blogger.com/profile/11562097542816414346noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-346053445710438531.post-31004257668769963472008-03-26T15:06:00.000+00:002008-03-26T15:06:00.000+00:00Esta entrada tem em falta um elemento da religião:...Esta entrada tem em falta um elemento da religião: a complementaridade.<BR/><BR/>A dimensão moral existe sem dúvida alguma autonomamente, mas isso não impede que as regras de conduta civis possam ser complementadas por uma contextualização religiosa, tanto individual como colectivamente na soma dos que formam a comunidade de crentes. O mesmo se pode dizer a respeito da função social e até da cognitiva: o voto ou a compra de casa qualquer um pode complementar com uma cerimónia ou sentido religioso; a ciência pode desvendar as origens e dinâmicas dos fenómenos, mas isso não me impede de vivê-los de um modo emocional ou passional paralelamente à explicação cientifica. <BR/><BR/>Desde que a religião seja vivida com peso e medida - incluindo com um filtro racional - não vejo porque é que não há-de cumprir todas as funções enunciadas pelo Igor. E é óbvio o Estado que permite maior liberdade de culto é aquele que é neutro em matéria religiosa, pressupondo que essa neutralidade não é confundida com ateísmo estatal. Afinal, reduzir o religioso a actividades privadas entre quatro paredes tem tanto de limitador quanto os Estados confessionais que proibem qualquer expressão pública de culto que não a oficial. Neutralidade religiosa também implica que não se tome partido pela não-religião.Héliocopterohttps://www.blogger.com/profile/11562097542816414346noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-346053445710438531.post-76838312797407894002008-03-26T13:56:00.000+00:002008-03-26T13:56:00.000+00:00Essencialmente à religião organizada. Creio que há...Essencialmente à religião organizada. Creio que há três dimensões que têm de ser separadas: as crenças (religiosas) individuais; a socialização no seio dessas crenças; e a socialização fora dessas crenças. <BR/><BR/>Esquecendo por momentos as crenças religiosas pegando pelo meu ateísmo, eu tenho as minhas convicções a esse respeito, fiz o meu percurso para concluir que não existe(m) deus(es). E tenho a minha própria abordagem a respeito do que é o humanismo. Existe esta dimensão transcendental subjectiva que ninguém pode querer tirar-me. Faz parte do que sou, determina a minha liberdade. <BR/>Por outro lado, reconheço que há a necessidade de partilhar esta mundividência com pessoas que tenham visões similares e também de introduzir ritos: todas as religiões terão ritos como casamentos, funerais, passagem da infância para vida adulta, etc.. Não me reveria numa instituição que me ditasse o que fazer (coisa muito difícil no seio do ateísmo) mas a dimensão a que eu chamo estética e litúrgica é uma dimensão da qual muito poucos prescindem, e quando o fazem não raro sentem um vazio. <BR/><BR/>Há enfim a vivência em conjunto com todas as outras pessoas, partlhem das nossas crenças ou discordem delas, sendo aí o desafio encontrar as regras que permitam que cada um viva como lhe aprouver (e "cada um" já implica a limitação mútua da liberdade de cada indivíduo; não se trata de dizer que um indivíduo pode isoladamente fazer o que quiser, significa que cada indivíduo, vivendo inevitavelmente em sociedade e por isso sendo limitado pelas liberdades dos outros indivíduos, deve ser livre de fazer o que quiser). Esta dimensão é essencialmente política. <BR/><BR/>Apesar de eu normalmente preferir falar da dimensão política e de considerar determinante a dimensão individual, neste caso acabei por falar principalmente da dimensão intermédia. Mutatis mutandis, o que disse para o meu ateísmo é também aplicável à religiosidade de outra pessoa. As pessoas religiosas, mesmo que vivam a sua crença de uma forma individualizada, têm muitas vezes necessidade de a partilhar com os seus pares, sendo essa a grande vantagem das religiões organizadas.Igor Caldeirahttps://www.blogger.com/profile/01059359916396807075noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-346053445710438531.post-39068685785951537752008-03-26T12:27:00.000+00:002008-03-26T12:27:00.000+00:00Religião? A que se refere?À religião organizada? E...Religião? A que se refere?<BR/>À religião organizada? E neste post, há lugar a religiosidade pessoal?<BR/>Sou religioso (e muito), mas defendo tenazmente o Estado Laico e desconfio muito das Religiões organizadas.EJSantoshttps://www.blogger.com/profile/05852368107744304790noreply@blogger.com