What these people fail to realize is that the various measures they suggest are not capable of bringing about the beneficial results aimed at. On the contrary they produce a state of affairs which from the point of view of their advocates is worse than the previous state which they were designed to alter. If the government, faced with this failure of its first intervention, is not prepared to undo its interference with the market and to return to a free economy, it must add to its first measure more and more regulations and restrictions. Proceeding step by step on this way it finally reaches a point in which all economic freedom of individuals has disappeared. Then socialism of the German pattern, the Zwangswirtschaft of the Nazis, emerges.
Ludwig von Mises, Planned Chaos
Ferro Rodrigues afirma que não é preciso ser bruxo para saber que haverá eleições antecipadas. O segundo Governo Sócrates vai cair - e, posso acrescentar, vai cair quase tão mal quanto caiu o segundo Governo Guterres.
O final do primeiro Governo Sócrates já nos fazia adivinhar o descontrolo que se seguiria. Muitos disseram que a crise foi uma bênção para os socialistas. A um ano das eleições poderiam, a coberto de estímulos à economia, começar a esbanjar dinheiro em eleitoralismos.
Honestamente nunca percebi como poderia isso ser benéfico para os socialistas. O que levou Sócrates à ribalta não foi o populismo. Foi uma capa de seriedade. Depois do circo em que se tinha tornado a coligação conservadora, o país queria (ou pelo menos aparentava querer) consistência, estabilidade, reformas. E o défice tinha de baixar. Poucas pessoas se opuseram seriamente, nos primeiros dois anos, às medidas de contenção orçamental.
Claro que o país aparentava querer seriedade, porque as corporações (médicos, advogados, juízes, professores) sabem que é com meias tintas que os privilégios se mantêm incólumes. Mas alguma coisa estava a ser feita e os índices de popularidade do primeiro ministro, do governo, do PS, eram altos.
A segunda metade do governo (2007-2009) foi um desastre. O défice disparou para níveis inauditos. E Sócrates continuava crente que era com investimento público que o país entrava nos eixos. Mas não entrou, e continua a não entrar.
Não fosse o Euro e a UE, o país já teria entrado em bancarrota. Felizmente, o chicote alemão está a obrigar o governo a fazer marcha atrás. A tentação de governos irresponsáveis é somar, a um erro inicial, um erro mais para corrigir esse erro e assim sucessivamente.
Não quero dizer que, conscientemente, os portugueses puniram o PS em 2009 e punirão ainda mais em 2011 pela sua irresponsabilidade orçamental e pela sua má política económica. Mas há uma conjunção de factores arrasadores para o governo:
- O investimento público não cria riqueza mas aumenta a despesa;
- Mais impostos e menos riqueza é uma dupla carga que ninguém pode apreciar;
- E os europeus não estão dispostos a suportar todas as imbecilidades da Europa do Sul - pelo que exigiram medidas drásticas para solucionar o problema do desequilíbrio orçamental.
Em vez do caminho alternativo de contenção orçamental e corte de impostos (sobretudo IRC) no início da crise, o governo preferiu gastar todo o dinheiro num espaço de um a dois anos.
Deviam saber que o mal se faz de uma só vez e o bem pouco a pouco. Com as opções tomadas, Sócrates dedica-se agora a contas de merceeiro, vendo onde pode cortar. O mal vai arrastar-se por muitos anos, quando Sócrates já só for um fantasma do passado.
O final do primeiro Governo Sócrates já nos fazia adivinhar o descontrolo que se seguiria. Muitos disseram que a crise foi uma bênção para os socialistas. A um ano das eleições poderiam, a coberto de estímulos à economia, começar a esbanjar dinheiro em eleitoralismos.
Honestamente nunca percebi como poderia isso ser benéfico para os socialistas. O que levou Sócrates à ribalta não foi o populismo. Foi uma capa de seriedade. Depois do circo em que se tinha tornado a coligação conservadora, o país queria (ou pelo menos aparentava querer) consistência, estabilidade, reformas. E o défice tinha de baixar. Poucas pessoas se opuseram seriamente, nos primeiros dois anos, às medidas de contenção orçamental.
Claro que o país aparentava querer seriedade, porque as corporações (médicos, advogados, juízes, professores) sabem que é com meias tintas que os privilégios se mantêm incólumes. Mas alguma coisa estava a ser feita e os índices de popularidade do primeiro ministro, do governo, do PS, eram altos.
A segunda metade do governo (2007-2009) foi um desastre. O défice disparou para níveis inauditos. E Sócrates continuava crente que era com investimento público que o país entrava nos eixos. Mas não entrou, e continua a não entrar.
Não fosse o Euro e a UE, o país já teria entrado em bancarrota. Felizmente, o chicote alemão está a obrigar o governo a fazer marcha atrás. A tentação de governos irresponsáveis é somar, a um erro inicial, um erro mais para corrigir esse erro e assim sucessivamente.
Não quero dizer que, conscientemente, os portugueses puniram o PS em 2009 e punirão ainda mais em 2011 pela sua irresponsabilidade orçamental e pela sua má política económica. Mas há uma conjunção de factores arrasadores para o governo:
- O investimento público não cria riqueza mas aumenta a despesa;
- Mais impostos e menos riqueza é uma dupla carga que ninguém pode apreciar;
- E os europeus não estão dispostos a suportar todas as imbecilidades da Europa do Sul - pelo que exigiram medidas drásticas para solucionar o problema do desequilíbrio orçamental.
Em vez do caminho alternativo de contenção orçamental e corte de impostos (sobretudo IRC) no início da crise, o governo preferiu gastar todo o dinheiro num espaço de um a dois anos.
Deviam saber que o mal se faz de uma só vez e o bem pouco a pouco. Com as opções tomadas, Sócrates dedica-se agora a contas de merceeiro, vendo onde pode cortar. O mal vai arrastar-se por muitos anos, quando Sócrates já só for um fantasma do passado.
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