Naser Khader era um dos candidatos, ontem, nas eleições dinamarquesas. É de direita. Filho de imigrantes, Naser veio da Síria com onze anos, é muçulmano. Apoia o Governo dinamarquês por este, na crise dos desenhos satíricos de Maomé, ter feito frente aos fanáticos religiosos que exigiam desculpas dinamarquesas. Ontem, também Asmaa Abdol-Hamid era candidata. É da extrema-esquerda. Filha de imigrantes, Asmaa veio da Palestina, é muçulmana. Ela fez a campanha de véu e, nos comícios, recusou a apertar as mãos aos camaradas masculinos. Para ela, uma muçulmana não toca em homens, senão marido. Ontem, fez um mês que Zahara Bani- -Ameri morreu na prisão, em Teerão, onde estava porque se passeou de mão dada com um rapaz que não era marido. Há 30 anos, eu era de extrema-esquerda, também por causa da liberdade das mulheres. Ontem, eu teria votado em Naser, não em Asmaa. Às vezes não há como ficar no mesmo sítio para parecer termos mudado.
Ferreira Fernandes, lido no Vistalegre
1 comentário:
Muitíssimo interessante. Nem sempre o que parece é!... :)
Dá que pensar, realmente!
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