Quando escrevi este post inclinava-me para achar que o Adolfo Mesquita Nunes tinha recorrido a uma arte de fuga para minimizar o 25 de Abril, afirmando a superioridade do primeiro de Dezembro. Podia ser, pensei, uma desonestidadezinha a que qualquer pessoa pode ter de recorrer quando está argumentativamente, digamos, à rasca.
Bom, a resposta veio com acusações de desonestidade. É bastante curioso que
- Essa resposta não infirme, mas confirme o que eu escrevi; de facto, afirma-se aí que O dia 1 de Dezembro (logo eu que sou republicano) é essencial na nossa história e antecede o 25 de Abril. Sem ele, não seríamos portugueses, não teríamos este país, seríamos outra coisa qualquer e eventualmente nem sequer teríamos tido qualquer tipo de 25 Abril. A sua relevância histórica, que enquanto país lhe devemos reconhecer, não pode ser medida pela absoluta irrelevância das suas comemorações. Caso em que, se assim fosse, teríamos que concluir pela nossa vontade de integração no nosso país vizinho. Ora sucede que não é isso que está em causa. É saber se o que é mais importante é o 1 de Dezembro por ser o dia da restauração da independência, ou o 25 de Abril por ser o dia do fim da ditadura. Ambos são importantes. Mas ao passo que restaurar independências pode servir para muitas coisas, libertar os indivíduos é um fim em si mesmo (e o reino dos fins é precisamente isso).
- Essa acusação venha ela própria envolta em desonestidade grosseira, sendo eu acusado de dizer que ninguém do CDS é capaz de aplaudir o 25 de Abril quando o que eu afirmei é que nunca percebi por que é que em momento algum, mas absolutamente nenhum, o CDS é capaz de aplaudir o 25 de Abril. Parece-me a mim que dizer que o partido não se manifesta a favor do 25 de Abril e dizer que nenhum dos militantes do CDS é a favor do 25 de Abril são coisas bastante diferentes. E o AMN sabe-o. E como não é tolo sabe o que leu. Portanto a desonestidade, parece-me, não foi minha. Mas estou aberto a aulas de leitura criativa.
E assim foi que, ao fim de múltiplas linhas de artes, manhas e fugas, fiquei um pouco mais esclarecido.
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