terça-feira, 29 de abril de 2008

Honestidade (mas pouca): aprofundando o argumento

Vou aprofundar o que afirmei anteriormente. Como se pode, a partir do primeiro excerto do post Desonestidade concluir que ou AMN anda com dificuldade em fazer-se explicar, ou realmente coloca a nação à frente do indivíduo? Esmiuçando:

O dia 1 de Dezembro (logo eu que sou republicano) [menção irrelevante, como o é o dizer-se que não se é crente quando se está a defender mais privilégios para a Igreja Católica] é essencial na nossa história e antecede o 25 de Abril.
Retenhamos o antecede. Será que a questão é apenas de cronologia? Seria uma estranha forma de hierarquizar os nossos feriados, mas se fosse apenas isso não teria qualquer relevância. Mas...

Sem ele, não seríamos portugueses, não teríamos este país, seríamos outra coisa qualquer
Ora bem, era aqui que eu queria chegar. O ser português é o que está em causa.

e eventualmente nem sequer teríamos tido qualquer tipo de 25 Abril.
Ora, não teríamos o 25 de Abril, mas teríamos outra coisa qualquer. Qualquer outra manifestação da tendência para a liberdade. Essa mesma tendência que qualquer consciência individualista sente e que é absolutamente independente de se ser português, ou espanhol ou qualquer outra coisa. Eu não aspiro a ser livre por ser português mas por ser um ser racional. E a minha qualidade de indivíduo dotado de razão está antes de tudo o resto, antes de qualquer irrelevante manto histórico, cultural, linguístico.

Que Adolfo Mesquita Nunes não o perceba, diz tudo. É uma clivagem ideológica decisiva.

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