quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Coming Out

Há umas semanas eu trouxe o caso de Ehsan Jami e concordei (um pouco a custo, mas entendendo-o na conjuntura holandesa - muito mais liberal que a portuguesa) quando ele dizia que ser um ex-muçulmano é hoje tão mau quanto era ser homossexual há trinta ou quarenta anos.
Sucede no entanto que não é preciso ser-se um muçulmano na Europa (ou em qualquer outra parte do mundo) para se ser atacado por se renegar a religião. Nos EUA os políticos não têm liberdade de descrença, uma liberdade tão importante quando a de crença mas normalmente esquecida e as mais das vezes combatida pelos defensores do "ecumenismo religioso".
É pois triste que seja boa notícia que um congressista americano tenha tido a coragem de fazer o coming out: não, ele não é homossexual; é que nos EUA, pior que ser homossexual é não acreditar em deus. Sair do armário é aqui pois a afirmação do direito de descrer.


Links de interesse
http://www.harvardhumanist.org/
http://www.secular.org/constituency.html
http://www.law.harvard.edu/students/orgs/heathens/about.htm

ATENÇÃO - esta foi mais uma demonstração do temível laicismo radical que pretende retirar às religiões as bases do seu desenvolvimento comunitário. Falando em português, esta afirmação insere-se numa linha de posts meus que visa defender a laicidade do Estado e a secularidade da sociedade para que todos - TODOS - possam crer ou não crer no que entenderem, sem forçarem nem serem forçados a crer ou descrer nem serem forçados a pagar as crenças alheias ou forçarem os outros a pagaram as suas crenças.

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