Numa sociedade em que o Estado não tem qualquer directriz religiosa e se submete a legislar segundo os desejos da multidão, o laicismo e o secularismo são consequências lógicas e imediatas. [...] como podem ser toleradas todas as posições religiosas? Isso levaria a que as pessoas que têm posições religiosas que toleram o Aborto, a Pedofilia ou o Homicídio de Infiéis, tenham de ser toleradas, possam agir como desejam e possam espalhar a sua mensagem livremente (o Estado não deve imiscuír-se na religião da sociedade, segundo diz).
Finalmente um católico sério e honesto. Ou seja, completamente intolerante e demagógico, mas essa é a realidade inultrapassável do catolicismo levado a sério (e de qualquer religião levada a sério). O que o senhor bispo fez foi apresentar uma visão light e pós-moderna de um Estado confessional e encobri-lo sob a capa da laicidade. E isso é inaceitável. Ou somos pelo Estado laico (ou seja, neutro) ou não somos.
A comunidade fragmentar-se-ia num multiculturalismo amoral.
É curioso que para o autor do post em causa só haja duas alternativas: ou uma moralidade exclusiva e impositiva ou um estado de não-moralidade. Desde logo, amoralidade é coisa que não existe. Mas nunca é demais lembrar que podemos guiar-nos por uma moralidade racional, e não pelos disparates escritos e reescritos ao longo de 4000 ou mais anos.
O Senhor Dom Manuel Clemente acha que o secularismo e o laicismo são enormes progressos da civilização.
Esta frase está incorrecta. O que o bispo pós-moderno defende é a "laicidade", não o laicismo. Não percebeu? Eu também não. Ou melhor, percebemos os dois.
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