segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Intervencionismo Conservador parte II - Comércio livre é para os pobres

Depois de bater na França de Sarkozy, vamos bater um bocado nos EUA de Bush.
Há cerca de dois anos, a administração norte-americama de George Bush decidiu engendrar um plano para tentar salvar a indústria automóvel do país, uma das mais fortes do mundo, mas a sofrer graves reveses com a concorrência europeia, japonesa e sul-coreana - e também com a persistência em colocar nos seus carros motores de grande consumo de combustível.
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O conceito é simples: a indústria automóvel norte-americana comprometeu-se, com a mediação de Bush, a comprar componentes quase em exclusivo às empresas do país, sendo que estas reservavam para si a hipótese de adquirirem parte da produção nos países 'low cost' (China e Índia, principalmente).
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Neste quadro, e faltando apenas que os componentes chineses e indianos "passem a dizer 'made in USA'", o mercado de exportação de componentes para os EUA acabou. "A Iberomoldes tinha um volume de negócios anual com os EUA de 12 a 15 milhões por ano. Em 2006 exportámos um milhão e este ano nada", revela Henrique Neto.
Diário Económico, 1 de Outubro

Os EUA são, ainda mais que a União Europeia, o principal defensor do comércio livre - mas livre deve ser entendido no sentido em que os conservadores entendem a palavra, e não no sentido próprio da palavra (como uma recente discussão demonstrou, os conservadores não se dão muito bem com as palavras). Ou seja, os EUA devem ser livres de exportar e de proibir que os outros possam exportar e os outros são livres de comer e calar.

4 comentários:

filipeabrantes disse...

O Sarkozy é suposto ser um liberal agora?

Desde ser "mais liberal do que o resto dos políticos franceses" a ser um liberal vai um grande passo.

Post pouco rigoroso.

Igor Caldeira disse...

Eu disse que Sarkozy era liberal?

filipeabrantes disse...

Eu quis dizer que ver Bush como um suposto defensor do comércio livre é tão legítimo como ver essa disposição dos europeus como Sarkozy. Ou seja, não são liberais nem pretendem sê-lo.

Logo, não era de esperar outra atitude quer de um lado quer do outro.

Logo, só se percebe o espanto do igor se o igor vir o Bush ou os políticos europeus como liberais.

Igor Caldeira disse...

"Logo, só se percebe o espanto do igor se o igor vir o Bush ou os políticos europeus como liberais."

Precisamente porque eu não os vejo enquanto tal é que o título dos posts é "Intervencionismo Conservador".

Penso eu de que.