sexta-feira, 12 de outubro de 2007

An inconvenient Prize


Há quem diga que este não é um prémio justo por dois motivos:
- Gore apenas fez o que fez para promoção pessoal
- o prémio é da Paz, não do Ambiente.

Eu apoio esta atribuição por vários motivos. Desde logo, não me interessa se ele fez o que fez para promoção pessoal ou por altruísmo. Aliás, é duvidoso que o ser humano aja por altruísmo na vida pessoal. É ainda mais duvidoso que o façamos assim na vida política.
Por outro lado, não perceber que o ambiente (os recursos energéticos, a água, os desastres naturais, a desertificação) ao mesmo tempo que é fonte de guerras actuais poderá vir a gerar cada vez mais guerras no futuro é não perceber nada, não apenas do presente ou do futuro, mas até do passado: devem contar-se pelos dedos as guerras que não tiveram como base a luta pelo controlo de determinados recursos. Com o declínio de alguns dos principais sustentáculos não só das sociedades modernas (petróleo, por exemplo) como da própria vida (água potável) há alguma razão para crermos que a situação vai melhorar?

Esta foi uma boa mensagem que foi passada pela Academia. Eu aplaudo este prémio inconveniente (que foi também atribuído ao IPCC).

E não vou falar que não estou a ver quem mais poderia receber um prémio Nobel da Paz neste momento.

4 comentários:

Anónimo disse...

EhEh... pelos vistos andámos na mesma escola algures ;-)
A tua foi a primeira (e única até agora) opinião que li/ouvi coincidente com a minha.
bjs
ki

Igor Caldeira disse...

Já estás como a Graça? Vamos ter de descobrir as diferenças?
:-P
Ah, lembrei-me de uma: tu gostas de língua de vaca.

Eurydice disse...

Tens razão, Igor. É uma mensagem importante, e não interessa se o Gore tira partido ou não. Interessa é que as pessoas pensem no assunto. Interessa que se perceba que o ambiente é onde começa a guerra e a paz.

GMaciel disse...

Sou franca, não gostei do anúncio e não o entendi à luz que agora nos trazes. Bem vistas as coisas, acabo por concordar contigo.
:(
;)