quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

O lucro dos outros

Belmiro de Azevedo criticou hoje os bancos, "que, para garantirem lucros, aumentam os preços prejudicando o cliente, que é o mesmo que o Estado faz quando não tem dinheiro quando aumenta os impostos".
"É preocupante a atitude dos bancos: se os custos sobem os lucros têm que subir, é um raciocínio perigoso, estatal"

Parece-me que os preços subirem em função dos custos não tem nada que ver com raciocínios estatais, mas antes com um facto da vida. Não percebo por que motivo uma empresa - seja um banco, seja outra qualquer - há-de, altruisticamente, deixar de ter lucro. Não conheço nenhuma empresa que o faça e não acredito que o empresário em causa vá dizer aos seus gestores, aquando de novas subidas impostos, ou de juros, de salários ou de qualquer outra coisa "Façam o favor de não molestar o consumidor, tirem-me do bolso para não prejudicarmos os nossos clientes".

Bater nos bancos é fantástico porque têm imenso poder, imensos lucros e lucros fáceis. Mas a questão a deslindar é: se não concordamos com o comportamento de determinado banco, por que havemos de lidar com ele?

Uma das formas que cada um nós, no papel de consumidores, tem para pressionar as empresas é dirigirmos o nosso consumo para aquelas que nos são mais vantajosas financeiramente ou para aquelas com cujos procedimentos concordamos, penalizando as que nos desagradam de uma ou outra forma. Se Belmiro de Azevedo acha que os bancos o estão a penalizar, que poder não tem a Sonae para levar a sua avante!

Eu, como modesto consumidor, aqui me apresento com uma outra alternativa: que a Sonae faça outro banco, onde o cliente não é prejudicado pela perseguição do lucro. Se esse banco se mantiver à tona durante mais que seis meses terei todo o gosto em lhe confiar as minhas parcas e delapidadas pela falta de concorrência economias.

1 comentário:

GMaciel disse...

O articulado desse senhor, por mais dissidente se apresente, perde a eloquência pela rota de colisão com o seu percurso de vida. É caso para prosaicamente dizer, quem não conhece a peça, que a compre.

O problema, Igor, é que nós, consumidores, clientes e contribuintes, estamos no meio do naufrágio sem barca ou colete de salvação. O resto é conversa.

jocas grandes
;)