sábado, 5 de janeiro de 2008

Stuart Mill, esse liberal racista...

Não há nenhuma incompatibilidade entre ser liberal e ser racista. Acontece que hoje a norma anti-racista é tão forte na opinião pública, que ninguém expressa abertamente opiniões racistas. Mas o panteão dos heróis liberais, como Churchill ou John Stuart Mill são descaradamente racistas. Aliás, sempre que alguém diz alguma coisa racista ou pratica um acto de segregação ou discriminação pode crer que haverá sempre um liberal que, embora diga que não concorde com ele, defenderá o seu direito à expressão.
Não vou pegar na questão de fundo, que é a de discutir se se pode ser a favor da liberdade mas defender que a liberdade não pode ser para todos. Essa é, no fundo, a confrontação que se faz entre o liberalismo de esquerda/liberalismo social/radicalismo e o liberalismo de direita/ liberalismo conservador/ libertarianismo/ neoliberalismo.
Vou apenas trazer um passagem do artigo de John Stuart Mill "The Negro Question" (Fraser's Magazine for Town and Country, 1850)


The original Egyptians are inferred, from the evidence of their sculptures, to have been a negro race: it was from negroes, therefore, that the Greeks learnt their first lessons in civilization; and to the records and traditions of these negroes did the Greek philosophers to the very end of their career resort (I do not say with much fruit) as a treasury of mysterious wisdom. But I again renounce all advantage from facts: were the whites born ever so superior in intelligence to the blacks, and competent by nature to instruct and advise them, it would not be the less monstrous to assert that they had therefore a right either to subdue them by force, or circumvent them by superior skill; to throw upon them the toils and hardships of life, reserving for themselves, under the misapplied name of work, its agreeable excitements.

Mais palavras para quê?

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