Foi-me dito que no sistema que foi referido anteriormente não caberia a ponderação dos resultados nem da proveniência dos alunos, sendo assim um sistema mais igualitário.
Bom, não é necessariamente igualitário; ou podemos considerar de facto igualitário - no sentido em que trata os desiguais como se fossem iguais. A segregação social continuará (dado que as escolas terão discricionaridade na escolha dos alunos, e os melhores colégios não quererão perder os seus cliente habituais aceitando a racaille), com a diferença de agora o Estado aumentar a sua comparticipação das escolas privadas de 115 para 275 euros por aluno.
Por outro lado, o premiar da concorrência entre escolas (e necessariamente entre alunos) fica também algo debilitada: em Setúbal, onde cresci, há claramente uma escola secundária superior a todas as outras (no ranking dos exames nacionais é normalmente a melhor do distrito), mas não é necessariamente a mais escolhida. Aliás, há pessoas que fogem de lá pelo ambiente mais ou menos elitista e por os professores serem mais rígidos, dando piores notas aos alunos (ou seja, são mais exigentes). No limite, estamos a admitir que esta escola poderia fechar ou pelo menos receber menos fundos por não ser suficientemente laxista. Parece-me pouco convincente. Desta forma, no fim tudo poder-se-ía resumir a guerras de marketing entre escolas, o que seria duplamente negativo: por um lado, não haveria qualquer incentivo para a excelência; por outro, uma quantidade crescente de fundos seria desviada do core business, por assim dizer, para campanhas de angariação de novos alunos.
Assim, de facto, não me convencem. Creio já ter dito isto, mas fica a ideia: o melhor argumento a favor deste sistema é premiar a excelência e a única forma de minimizar o carácter esmagador da concorrência é ponderar o meio social de origem. Se esse sistema não o fizer (e, pelos vistos, não o faz), então, mal por mal, ficamos com o que temos.
Bom, não é necessariamente igualitário; ou podemos considerar de facto igualitário - no sentido em que trata os desiguais como se fossem iguais. A segregação social continuará (dado que as escolas terão discricionaridade na escolha dos alunos, e os melhores colégios não quererão perder os seus cliente habituais aceitando a racaille), com a diferença de agora o Estado aumentar a sua comparticipação das escolas privadas de 115 para 275 euros por aluno.
Por outro lado, o premiar da concorrência entre escolas (e necessariamente entre alunos) fica também algo debilitada: em Setúbal, onde cresci, há claramente uma escola secundária superior a todas as outras (no ranking dos exames nacionais é normalmente a melhor do distrito), mas não é necessariamente a mais escolhida. Aliás, há pessoas que fogem de lá pelo ambiente mais ou menos elitista e por os professores serem mais rígidos, dando piores notas aos alunos (ou seja, são mais exigentes). No limite, estamos a admitir que esta escola poderia fechar ou pelo menos receber menos fundos por não ser suficientemente laxista. Parece-me pouco convincente. Desta forma, no fim tudo poder-se-ía resumir a guerras de marketing entre escolas, o que seria duplamente negativo: por um lado, não haveria qualquer incentivo para a excelência; por outro, uma quantidade crescente de fundos seria desviada do core business, por assim dizer, para campanhas de angariação de novos alunos.
Assim, de facto, não me convencem. Creio já ter dito isto, mas fica a ideia: o melhor argumento a favor deste sistema é premiar a excelência e a única forma de minimizar o carácter esmagador da concorrência é ponderar o meio social de origem. Se esse sistema não o fizer (e, pelos vistos, não o faz), então, mal por mal, ficamos com o que temos.
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