Seremos culturalmente oligárquicos, cronicamente estúpidos?
Outra coisa me veio também à mente ao ver o quadro: Gosta Esping-Andersen. Readaptando a sua análise, consigo entrever na União Europeia cinco grandes grupos de países em termos de distribuição de riqueza (e que naturalmente são produto das suas políticas sociais e do modelo económico).
- Os mais igualitários são realmente os escandinavos: Suécia, Finlândia e Dinamarca são indubitavelmente os países com rácios inferiores.
- Atrás deles, temos os países que seguem o modelo continental: Alemanha, Áustria, Bélgica, França, com rácios de cerca de 4.
- Já muito distanciados, nos países anglo-saxónicos (Irlanda e Reino Unido) os mais ricos ganham 5 a 6 vezes mais que os mais pobres.
- Com valores muito similares, está o refugo do modelo continental, Espanha, Grécia, Itália: os países mediterrânicos (ver a este respeito Mozzicafreddo e Salis Gomes).
- Com valores ligeiramente superiores, alguns dos países de Leste (nem todos - por exemplo a República Checa e a Eslováquia têm valores que os colocam perto dos países escandinavos) apresentam um rácio próximo do 7.
Bom, e depois há o refugo do refugo. Pior que o Leste, está Portugal. Eu gosto de tentar acreditar que conseguiremos dar a volta por cima. Mas se ao fim de trinta anos conseguimos menos do que vários dos países de Leste em quinze, terei razões para não ser pessimista?
1 comentário:
Caro Igor,
O comentário que escrevi no Voltaire era para este post, mas, por engano, coloquei-o no excelente extracto dos pensamentos de Voltaire.
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