sábado, 26 de maio de 2007

Considerações sobre a "Questão Liberal" em Portugal

Há um grande consenso entre a esquerda e a direita portuguesas - cá entre nós ser liberal é ser de direita. Considerando-me de esquerda, esta colagem do liberalismo à direita parece-me não só falsa como perigosa. Falsa, porque histórica e filosoficamente é de facto um disparate. Perigosa porque entrega, no limite, a extremistas como Manuel Monteiro a ideologia fundadora da Modernidade. É verdade que liberalismo implica laissez-faire (que nunca é total e portanto se nunca é total temos sempre de discutir quando é demais e quando é de menos) mas implica também vertentes sociais, éticas, políticas, religiosas. E no princípio e no fim da reflexão e tomada de posição de um liberal tem de estar sempre... a liberdade. É neste sentido que me digo um liberal, embora também me diga por vezes social-democrata ou socialista libertário. A meu ver demasiadas vezes se cola o termo "liberalismo" ao liberalismo económico clássico. Essa é uma das grandes cegueiras que a Modernidade nos deu: a centralidade da economia. A economia é fundamental - mas apenas como instrumento. Nomeadamente como instrumento de libertação dos indivíduos. Moral e material.

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