Eu sou ateu e anticlerical, mas as duas coisas são distintas e não podem ser assimiladas. Eu sou ateu porque deus não existe. E sou laicista porque defendo que o Estado deve ser neutro.
Combateria qualquer Estado confessional como combateria um Estado que fosse ateu. Não é matéria política esse tipo de questões (se deus existe ou não existe) e isto é o que muitos crentes têm uma dificuldade atroz em perceber. Eu não quero e não admito que o Estado me diga que deus existe ou que não existe ou que determinada crença ou não-crença é mais válida que outra qualquer.
Não vamos confundir coisas. Eu sei que o pensamento binário nós/eles é apelativo, mas não vamos por aí. Se eu tivesse vivido num país do Leste nos tempos em que os Estados eram "ateus" eu lutaria contra o Estado (por esse e por outros motivos); e lutaria pelo direito de os católicos húngaros, os ortodoxos russos, os muçulmanos albaneses e quirguízes, os judeus exilados nos confins da Sibéria ou os xamanistas fino-úgricos poderem praticar as suas religiões livremente. O que eu peço, o que eu exijo, como cidadão, é que o Estado deixe as crenças para o plano privado, pessoal. Ser ateu não é uma posição política. É uma convicção pessoal. Ser laicista, sim, é uma posição política.
Combateria qualquer Estado confessional como combateria um Estado que fosse ateu. Não é matéria política esse tipo de questões (se deus existe ou não existe) e isto é o que muitos crentes têm uma dificuldade atroz em perceber. Eu não quero e não admito que o Estado me diga que deus existe ou que não existe ou que determinada crença ou não-crença é mais válida que outra qualquer.
Não vamos confundir coisas. Eu sei que o pensamento binário nós/eles é apelativo, mas não vamos por aí. Se eu tivesse vivido num país do Leste nos tempos em que os Estados eram "ateus" eu lutaria contra o Estado (por esse e por outros motivos); e lutaria pelo direito de os católicos húngaros, os ortodoxos russos, os muçulmanos albaneses e quirguízes, os judeus exilados nos confins da Sibéria ou os xamanistas fino-úgricos poderem praticar as suas religiões livremente. O que eu peço, o que eu exijo, como cidadão, é que o Estado deixe as crenças para o plano privado, pessoal. Ser ateu não é uma posição política. É uma convicção pessoal. Ser laicista, sim, é uma posição política.
Da mesma forma, há uma diferença entre um Estado ateu (que no fundo é um Estado confessional mas sem religião) e um Estado laico tão grande quanto a que existe entre este último e um Estado confessional. E isto não é matéria de opinião, mas de definição.
Nada como um bom dicionário para tirar teimas.
- laicismo (do Lat. laicu) s. m., sistema dos que pretendem dar às instituições um carácter não religioso.
- ateísmo (do Gr. a, não + Theós, Deus) s. m., doutrina que consiste na negação da existência de Deus; descrença.
Para esclarecimentos adicionais,
http://www.laicidade.org/documentacao/textos-criticos-tematicos-e-de-reflexao/aspl/
http://www.laicidade.org/documentacao/textos-criticos-tematicos-e-de-reflexao/aspl/
- Pertencendo a todos, o espaço público é indivísivel: nenhum cidadão ou grupo de cidadãos deve impôr as suas convicções aos outros. Simétricamente, o Estado laico proíbe-se de intervir nas formas de organização colectivas (partidos, igrejas, associações etc.) às quais qualquer cidadão pode aderir e que relevam do direito privado.
- A Laicidade do Estado não é portanto uma convicção entre outras, mas a condição primeira da coexistência entre todas as convicções no espaço público.
- Nem discriminações, nem privilégios, esse é o lema de qualquer Estado garantindo a todos os cidadãos a igualdade de tratamento.
http://www.laicidade.org/acerca/manifesto-e-estatutos/
- O facto de o Estado Republicano e Laico ter como objectivo a promoção da justiça social implica o dever de proporcionar a todos os cidadãos, de forma igualitária – e, portanto, confessionalmente neutra
- A Constituição da República Portuguesa estabelece claramente um regime de separação entre o Estado e as igrejas ou outras comunidades religiosas
6 comentários:
Ser ateu não é uma posição política?
Não mesmo?
A menos que se defenda um Estado ateu, não é. Tal como ser católico não é uma posição política enquanto não se defender que o Estado deve ser oficialmente católico.
E o Teologia não desiste:)))
http://teologia777.blogspot.com/2007/09/ainda-propsito-de-atesmo.html
Ganda NÓIA, esse teologias!... hhihihih
Tiraram o post em causa. É pena porque eu já o tinha lido e estava para responder.
Sou protestante e concordo em absoluto com tudo o que você escreveu. Exceto que Deus não existe, haha. abraços
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