sexta-feira, 20 de julho de 2007

Contra o fascismo religioso

Publicado no Serviço Social Português um texto de Teresa Sá Couto sobre o livro de Ayaan Hirsi Ali. A ler (o texto e o livro).

A rebeldia de uma mulher islâmica
Autobiografia da somali
Ayaan Hirsi Ali
Ayaan Hirsi Ali nasceu em Mogadíscio, Somália, em 1969 e cresceu sob o jugo de um islamismo medieval que purifica as raparigas «amputando-lhes o clítoris e retalhando-lhes ou nivelando-lhes os lábios do sexo e toda a zona cozida deixando-se apenas um pequeno orifício para a urina sair», e que lapida mulheres.Já adulta, a sua bússola da liberdade indicou-lhe a fuga para ocidente. Na Holanda, formou-se em Ciências Políticas, foi deputada da Câmara Baixa do Parlamento holandês pelo Partido Liberal, e fez da denúncia uma missão. Escreveu o argumento para o filme Submission do realizador holandês Theo van Gogh, assassinado em 2004 por um muçulmano radical. Com a cabeça a prémio, mas insubmissa, vive actualmente nos Estados Unidos sob vigilância de dois guarda-costas, e desloca-se em carros blindados. Surge agora em Portugal, contada na primeira pessoa, a vida desta mulher que ecoa gritos de muitas outras: Uma Mulher Rebelde – no original Infidel – é a autobiografia de Ayaan Hirsi Ali, um retrato vivencial da condição feminina nos países liderados pelo ditame masculino accionado com o fanatismo islâmico. Um retrato corajoso, com crítica social, política e religiosa, em 353 páginas inquietantes.

Acrescento também um filme da Fox, que no entanto por ser demasiado americano (com considerações de moralismo barato por Ayaan ser ateia) tem de ser complementado com uma entrevista decente (ou seja, francesa).



Por fim, merece destaque o blog http://ayaanhirsiali.web-log.nl/ayaanhirsiali/english/index.html. Excerto:

In 2002, in the wake of the September 11 terror attacks, Hirsi Ali, having renounced Islam, was working on immigration issues for a Labour-aligned think tank. She had left a lucrative corporate job with the drug manufacturer GlaxoSmithKline, such was her commitment to progressive values.
In a policy paper, she urged the closure of The Netherlands’ 41 Islamic schools — many of which were indoctrinating young Muslims with hatred towards the society that had given them refuge — and the reform of Article 23 of the Dutch Constitution, which endorses the multicultural principle of ‘ integration with maintenance of one's own identity.’ As The Guardian
reported, ‘Jaws hit the table. The reaction she got indicated how badly she had started trampling on taboos.’
Throughout the 1980s and 1990s, Labour and other Parties of the Left had competed for support among Muslim communities, including some of the most reactionary. A young Labour official, of Moroccan background, had even endorsed the
banning of Aisha, a critical play about the nine-year-old wife of the Prophet Mohammed.
By contrast, Hirsi Ali, a young woman with impeccable life credentials — including working as a social worker among Muslim women who had been brutalised within their officially mandated ‘distinct communities’ — became too controversial and problematic for Labour. ‘I called it the paradox of the Left,’ she told The Guardian. ‘On the one hand they support ideals of equality and emancipation, but in this case they do nothing about it; they even facilitate the oppression.’

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