Outra das questões levantadas é uma espécie de relativização da democracia sendo que na verdade nunca se percebe onde querem chegar. A única coisa que é possível saber com toda a certeza é que nesse blogue se afirmou que os melhores períodos da História de Portugal e de Espanha foram os governos de Salazar e Franco.
A democracia é a regra da maioria. Isto não significa que a democracia seja sempre o melhor caminho nem o objectivo final. O objectivo final deve ser um conjunto de direitos e de liberdades de que a democracia tem demonstrado ser normalmente a melhor defesa. Normalmente não significa sempre.
Prova disso é, para dar um exemplo muito recente, o de Saddam. O motivo principal pelo qual estive contra a invasão do Iraque foi o facto de a queda de Saddam levar inevitavelmente ou à anarquia ou à teocracia. Sem grande prazer confirma-se que eu estava certo. Curiosamente, entre os conservadores (que em Portugal se dizem "liberais"), que tanto trabalho têm em afirmar que a democracia não é o objectivo final e que depois se dedicam a relativizar o conceito de democracia o que eu disse a respeito do Iraque nem lhes passou pela cabeça. É o problema dos automatismos. Os comunistas tinham o mesmo problema em relação à URSS.
Para mim, a democracia é apenas um mecanismo quase vazio de valores. Historicamente, foi preenchido com valores como o do pluralismo ou da tolerância, mas isso são representações às quais não chamarei etnocêntricas pois sou um humanista e um universalista, mas são pelo menos fruto de um período particular de um conjunto particular de países. No entanto, foi o voto democrático que levou ao poder Hitler, McCarthy e esbirros, Chávez e dezenas de outros tiranos e tiranetes. A democracia pressupõe valores como o respeito da oposição, mas pouco mais. E mesmo isso nem sempre é respeitado. De modo que eu nunca ponho a defesa da democracia em primeiro, mas em segundo lugar. Em primeiro, está a liberdade. Ora, justamente, no Iraque era eu da opinião que Saddam defendia melhor a liberdade de grupos como minorias religiosas ou as mulheres, devido ao passado laicista do Bahas; pelo contrário, a queda de Saddam levaria ao caos ou à eleição de um governo antidemocrático fundado na religião e na tradição, portanto, contra a liberdade dos indivíduos. Quanto às intenções dos neocons, os seus interesses económicos ainda foram os menos estúpidos. O idealismo conservador, ao contrário do que sucedeu com Reagan, falhou redondamente.
A democracia é a regra da maioria. Isto não significa que a democracia seja sempre o melhor caminho nem o objectivo final. O objectivo final deve ser um conjunto de direitos e de liberdades de que a democracia tem demonstrado ser normalmente a melhor defesa. Normalmente não significa sempre.
Prova disso é, para dar um exemplo muito recente, o de Saddam. O motivo principal pelo qual estive contra a invasão do Iraque foi o facto de a queda de Saddam levar inevitavelmente ou à anarquia ou à teocracia. Sem grande prazer confirma-se que eu estava certo. Curiosamente, entre os conservadores (que em Portugal se dizem "liberais"), que tanto trabalho têm em afirmar que a democracia não é o objectivo final e que depois se dedicam a relativizar o conceito de democracia o que eu disse a respeito do Iraque nem lhes passou pela cabeça. É o problema dos automatismos. Os comunistas tinham o mesmo problema em relação à URSS.
Para mim, a democracia é apenas um mecanismo quase vazio de valores. Historicamente, foi preenchido com valores como o do pluralismo ou da tolerância, mas isso são representações às quais não chamarei etnocêntricas pois sou um humanista e um universalista, mas são pelo menos fruto de um período particular de um conjunto particular de países. No entanto, foi o voto democrático que levou ao poder Hitler, McCarthy e esbirros, Chávez e dezenas de outros tiranos e tiranetes. A democracia pressupõe valores como o respeito da oposição, mas pouco mais. E mesmo isso nem sempre é respeitado. De modo que eu nunca ponho a defesa da democracia em primeiro, mas em segundo lugar. Em primeiro, está a liberdade. Ora, justamente, no Iraque era eu da opinião que Saddam defendia melhor a liberdade de grupos como minorias religiosas ou as mulheres, devido ao passado laicista do Bahas; pelo contrário, a queda de Saddam levaria ao caos ou à eleição de um governo antidemocrático fundado na religião e na tradição, portanto, contra a liberdade dos indivíduos. Quanto às intenções dos neocons, os seus interesses económicos ainda foram os menos estúpidos. O idealismo conservador, ao contrário do que sucedeu com Reagan, falhou redondamente.
1 comentário:
Gosto do modo como colocas a questão dos valores que preenchem (ou não) a democracia. Tens razão: a democracia, só por si, garante muito pouco. É preciso recheá-la como deve ser.
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