segunda-feira, 2 de julho de 2007

Por que é o Ocidente superior ao Islão - a contradição conservadora


Procurei no Youtube a parte final deste episódio da série American Dad (o episódio chama-se Stan of Arabia) mas infelizmente não encontrei. Talvez haja um bom motivo, e ao explicar o que acontece no final seja perceptível.
Neste episódio o Stan rejeita a cidadania americana, zangado com toda essa corja que lhe torna a vida num inferno (democratas, feministas, gays, ambientalistas, etc., etc., etc.) e torna-se saudita. Após, por motivos vários, toda a família acabar num estádio onde vai ser lapidada, e após terem sido salvos in extremis por um príncipe que, para ter sexo com o extraterrestre que vive com a família do Stan, cancela a lapidação, eles regressam aos EUA.
A parte final é também ela um momento musical em que o Stan se reconcilia com o seu país e em que diz que apesar de ter toda aquela gente, os Estados Unidos não são the worst country in the world.
Para mim, esta é a tragédia e a comédia dos nossos conservadores: eles odeiam os progressistas, mas também odeiam os muçulmanos. Eles querem combater o Islão em nome do Ocidente, mas também combatem o Ocidente em nome do Ocidente. Se fossem muçulmanos, seriam integristas com toda a certeza. Como são cristãos (ou nalguns casos não são cristãos de fé, mas pelo menos são-no politicamente, na boa linha de Maurras), estão neste misto de condenação do mundo inteiro e condenação de si próprios. Condenam todo o mundo não ocidental. E condenam no Ocidente tudo aquilo que faz com que as sociedades ocidentais sejam superiores às outras - desde os direitos das mulheres até ao Estado Social.

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