quarta-feira, 18 de julho de 2007

A Resposta de Anna Colombo


Considerando-me um europeísta, uma das razões pelas quais eu tolero tão bem a asfixiante burocracia europeia e o prazer que tem em imiscuir-se em coisas tão interessantes como a produção de caracóis ou as características das maçãs é precisamente porque a alternativa à UE é a barbárie. É óbvio para mim que muita da legislorreia eurocrata também pode ser necessária, evitando situações de dumping que distorceriam a livre-concorrência.

Agora, o que é necessário é que a UE de facto cumpra estes objectivos: combata o dumping e evite a barbárie. O novo tratado não garante nem uma nem outra coisa. Num extremo, Sarkozy quer pôr a concorrência na gaveta; no outro, direitos sociais básicos estão longe de ser garantidos.
No entanto, pior que não garantir um mercado aberto mas guiado pela satisfação das necessidades humanas e que por isso seja livre sem esmagar os indivíduos é a possibilidade de nem sequer a dignidade intrínseca do indivíduo ser garantida. A excepção moral polaca, a ser incluída no novo tratado, será o prego que faltava no caixão da legitimidade da UE.

Aderindo à corrente de e-mails que partiu da blogosfera, enviei o texto transcrito para as diversas entidades. Obtive (tal como outros que procederam ao envio do e-mail) célere resposta do grupo Socialista, em que se afirma que In this respect we fully share your concerns about the derogation granted to Poland in the field of fundamental rights. We do believe indeed that this derogation may lead to double standards in Europe, and this in a policy area at the very heart of our ethical values.Therefore I can ensure you that our Group will carefully follow the work of the IGC, especially with regard to this matter.


Esperemos que a ALDE siga o mesmo exemplo. Quem quer que aceite a excepção moral polaca estará a trair de forma directa e insuperável tudo o que vale a pena na Europa.

2 comentários:

Anónimo disse...

o facto de alguém no PSE se ter dado ao trabalho de elaborar essa resposta é, como disse no Devaneios, bastante animador: pelos vistos, não estamos sozihos nos nossos receios!

Igor Caldeira disse...

Sim, e espero que o silêncio das outras bancadas não seja por discordância. Ao que pude ler, na ALDE a questão da excepção moral também não é bem aceite.