sexta-feira, 27 de julho de 2007

Não vingados, mas salvos

[Adriana]
Si tu étais vraiment le fils de cet homme,
Tu l'aurais tué!
Aujourd'hui, j'ai enfin la réponse:
Le sang du meurtrier s'est apaisé en côtoyant le mien.
Aujourd'hui, ma vie, que je croyais perdue,
Est enfin retrouvée.
Nous ne sommes pas vengés, Yonas,
Mais nous sommes sauvés.
Viens, approche-toi, entoure-moi de tes bras!
J'ai besoin de reposer ma tête un instant
Sur une épaule d'homme.


Amin Maalouf, Adriana Mater, final do último acto

Em profunda discordância com o que se afirma no WomenageATrois, aqui e aqui, lembrei-me do final da nova obra de Maalouf, Adriana Mater. É, mais uma vez, uma história de conflito de identidades e de defesa da tolerância. E, muito importante (isto agora vai parecer lamechas, mas vai ter de ser) de perdão. Não há qualquer forma de resolver a questão israelo-palestiniana sem que ambas as partes consigam perdoar. Nem os israelitas nem os palestinianos vão sair dali, e nenhum dos povos poderá ser exterminado sem que o outro o seja também. Apesar de apenas numa circunstância desesperada, Israel e a Fatah podem estar a aproximar-se. Isto não põe em causa todos os erros que fizeram no passado. Apenas significa que deverão ultrapassá-los na medida do possível no presente e ao longo do futuro. Sim, eu sei, é pouco provável. Mas parece estar a ser possível.


Naqueles posts o que consigo discernir são fundamentalmente três coisas:

- confusão entre democracia e ditadura da maioria;

- adesão ao multiculturalismo, que permite a tolerância ao fundamentalismo religioso desde que não seja ocidental (ou seja, cristão ou judeu; se for muçulmano tudo bem);

- bom, e o tradicional e inultrapassável anti-semitismo.

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