sábado, 16 de junho de 2007

Provocações Meritocráticas aos Lordes de Serviço

As heranças, o Estado e a liberdade de testar
06/08/2006
Ao contrário do que sucede noutros países, o imposto sobre heranças jamais foi aplicado com rigor em Portugal. [...] Tão diminuta era, aliás, a receita deste imposto que, no caso dos herdeiros directos, o poder decidiu aboli-lo.O gesto não é, não deveria, ser pacífico. Como aceitar que, em sociedades onde as desigualdades sociais são tão elevadas quanto em Portugal, o imposto sucessório seja abolido, quando cresce o IVA, um imposto indirecto e, portanto, penalizador dos mais desfavorecidos? Não sou discípula de Proudhon, mas, ao contrário do que sucede com a maior parte dos seus amigos, considero que o imposto sucessório deveria existir e ser aplicado. [...] Do ponto de vista moral, prefiro que o Estado me "roube" uma fatia de herança do que, como hoje sucede, retire 30% ou 40% ao meu salário. Argumentarão alguns que o imposto sucessório é mau, por atacar a família no que esta tem de mais sagrado, o património. O argumento não me comove. Para mim, o dinheiro deve andar ligado ao mérito, não ao sangue. A maioria dos portugueses compreende que o Eng. Belmiro de Azevedo seja milionário, porque, tendo nascido pobre, demonstrou ter dinheiro suficiente para enriquecer, não sucedendo o mesmo no caso dos filhos de pais abastados que, refastelados à mesa, se enfastiam entre intrigas.

Maria Filomena Mónica, Confissões de uma Liberal

Sem comentários: