sábado, 16 de junho de 2007

Salários

Aqui e em resposta a um comentário que, como é normal na cartilha neoliberal, acusa o aumento do salário mínimo nacional de ser a fonte de todas as desgraças que tombam sobre o país, eu escrevi
E qual a solução? Manter o SMN mais baixo da UE15 e sacrificar sempre os salários mais baixos? Ou até descê-los.
Entre 2000 e 2007 os salários dos gestores de topo triplicaram.A Mercer divulgou um estudo segundo o qual os salários dos directores financeiros de topo tinham aumentado 24% num ano.
Eu não me importo que, em períodos de crise, haja contenção. Agora, ou há moral ou comem todos. Se não for o Estado a impôr estes aumentos, os salários mais baixos não aumentariam nunca. O que vai acabar por acontecer é que muitos trabalhadores que anteriormente ganhavam acima do SMN vão passar a receber o SMN ou a diferença face a ele vai encurtar. Nada que, de resto, não tenha estado a acontecer nos últimos anos. Se formos a ver o crescimento anual dos rendimentos dos 10% mais ricos e o crescimento dos rendimentos da classe média (que ganha 650 a 1000 euros brutos mensais) ficaremos esclarecidos.
Hoje de manhã ao pequeno-almoço (leituras interessantes para o meio-dia de um sábado) encontrei esta passagem:
Companies and top managers selectively promote or even block socially beneficial innovations as they labour tirelessly to advance their own careers and increase their benefits packages, pensions and share options.
Mats Alvessom e Hugh Wilmott, Studying Management Critically, Sage Publications
I rest my case.

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