quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Do Carpir ao Mentir

Mais uma vez, uma nota sobre isto, mas agora acrescentando isto.
Comentário meu:
Portanto, tu assumes que o Estado é actualmente necessário, mas simultaneamente defendes que ele é um agressor. Portanto, é um agressor necessário. Tenho dificuldade em acompanhar a lógica de precisarmos de alguém que nos agride, mas vou prosseguir.
Considerando então tu que o agressor é necessário, ainda assim pretendes retirar ao agressor as condições que lhe permitem agir como entendes que é necessário. Fugir aos impostos é um dever moral e ninguém devia pagar impostos. É um dever moral para podermos ficar felizes com o facto de agredirmos o agressor, que sendo mau já afirmámos anteriormente que é necessário. E é necessário para quê? Bom, a única conclusão que podemos daqui extrair é que o Estado é necessário para que possamos continuar a queixar-nos da sua existência.
Ou muito me engano, ou aqui se confirma como os extremos se tocam. Tanto nos embrenhamos nesta lógica circular que a "nova" direita acaba por ficar igual à esquerda "velha". Repescando o que disseste no post dos Simpsons a respeito das feministas, isto sim, é uma atitude de carpideira.

Em resposta a isto surge esta conclusão: eu fiz uma crítica da redução da carga fiscal.
Portanto, e ao fim de não sei quantas horas de troca de argumentos, e depois de:
- eu ter afirmado que a fuga aos impostos era um acto moralmente repreensível porque implica que quem os paga pague mais;
- eu ter em concordância com isto defendido que a boa cobrança dos impostos é um dos instrumentos que permitem a sua redução (Uma boa forma de evitar o peso excessivo da regulamentação estatal é evitar a necessidade de regulamentação estatal);
- o Filipe Melo Sousa ter afirmado que o Estado é necessário mas que ninguém deve pagar impostos e quem foge é um herói,
conclui o mesmo Filipe Melo Sousa que eu afirmei que é impossível baixar os impostos.
Adjectivos? Para quê?
E, se a atitude me nauseia, tem no entanto o travo doce da vitória. Quem mente admite que já não tem argumentos.

7 comentários:

Anónimo disse...

Fui espreitar o que se passava....

Que pachorra a tua, francamente ;-)
quando uma pessoa quer ser cega, nada há a fazer.

Bjs
ki

Filipe Melo Sousa disse...

a boa cobrança dos impostos é um dos instrumentos que permitem a sua redução

deixa-me então ver se entendo: ao aumentar a colecta fiscal (praticando a boa colecta) estás a reduzir a colecta?

Ou apenas a reduzir o valor estipulado em decreto-lei? Igor, meu rapaz. Se quiseres viver de notas falsas com valores artificiais, tenho todo o gosto em enviar-te umas notas de monopólio pelo correio :)

Igor Caldeira disse...

Como os Governos existem e servem para governar;
Como o governar implica agir consoante as circunstâncias;

Se eu tiver uma taxa de 25% de impostos e uma fuga de 20%;
Se conseguir limitar a fuga para metade, por exemplo, posso perfeitamente baixar os impostos para 22,5%.

Filipe Melo Sousa disse...

Sim Igor, e então? No final pagaste o mesmo eu Euros de Imposto. lol

Filipe Melo Sousa disse...

Novo post do Small Brother sobre este assunto

Igor Caldeira disse...

Num primeiro passo, sim. No entanto, a igualdade perante a lei gera confiança entre os indivíduos. Quanto mais honestos forem os indivíduos menos legitimidade terá o Estado para intervir e menos necessidade haverá da sua intervenção. Quando todos estão submetidos a regras claras e a lei é aplicada a todos nasce uma coisa chamada confiança. É com a confiança que se criam sociedades livres e mercados que funcionam. Pelo contrário, enquanto tivermos um Estado ineficiente na aplicação na lei e indivíduos "espertos" nunca teremos uma sociedade nem um mercado livres.

Igor Caldeira disse...

se tivermos uma sociedade exclusivamente composta por ladrões, é natural que o Estado seja intrusivo. Quanto mais honestos forem os indivíduos mais o Estado será forçado a retirar-se. E será forçado pelos próprios indivíduos, não por uma pequena minoria de revolucionários a meio caminho de Hayek e dum manicómio, mas pela maioria social que prescinde progressivamente do papel do Estado. Nunca prescindirá completamente dele porque a maioria não é louca (e o paraíso na Terra é coisa que já muitos tentaram mas nenhum conseguiu), mas percebe que quanto melhor funcionar a sociedade, menos o Estado será necessário.