[...] il y a dans les societés humaines, comme chez les individus, un principe mâle, qui est principe d'agression, et un principe femelle, qui est principe de perpétuation.
Amin Maalouf, Le Premier Siècle après Béatrice
É bastante frequente dizer-se que uma forte intervenção do Estado no plano das políticas sociais corresponde a uma concepção paternalista do papel do Estado na Sociedade. Não pretende aqui discutir os benefícios ou malefícios dessa intervenção, mas antes atentar no conceito de paternalismo e na definição dos níveis de intervenção do Estado.
O sociólogo americano Michael Mann terá sido dos que melhor descreveu os poderes básicos de um Estado: de um lado, o poder coercivo (segurança, defesa - aquele que o liberal-conservantismo define como fulcral e único verdadeiramente justo) e do outro, o poder infra-estrutural (ou seja, a intervenção socio-económica). Desta forma, aquela vetusta discussão acerca dos Estados fortes e fracos (da qual Fukuyama foi um dos últimos teorizadores de fundo, ou seja, dos últimos que apresentaram a questão sistematicamente, não se limitando a repetir palavras de ordem) ganha novos contornos. Podemos ter Estados realmente sem intervenção económica, mas execravelmente fortes (o Chile de Pinochet) e Estados com forte intervenção social mas fracos no que diz respeito à violência e repressão (as Democracias europeias, embora de forma cada vez mais mitigada).
Aceitando (como aceito, embora relativizando) a perspectiva colocada na citação inicial;
Aceitando ainda, como aceito - e sem relativizar - a perspectiva de Mann;
Diria, muito simplesmente, que a Esquerda não defende um Estado paternalista. Bem pelo contrário, a Esquerda é maternalista. Paternalista, sem dúvida, é a Direita.
Se precisamos de ambas as vertentes? Com certeza!
O sociólogo americano Michael Mann terá sido dos que melhor descreveu os poderes básicos de um Estado: de um lado, o poder coercivo (segurança, defesa - aquele que o liberal-conservantismo define como fulcral e único verdadeiramente justo) e do outro, o poder infra-estrutural (ou seja, a intervenção socio-económica). Desta forma, aquela vetusta discussão acerca dos Estados fortes e fracos (da qual Fukuyama foi um dos últimos teorizadores de fundo, ou seja, dos últimos que apresentaram a questão sistematicamente, não se limitando a repetir palavras de ordem) ganha novos contornos. Podemos ter Estados realmente sem intervenção económica, mas execravelmente fortes (o Chile de Pinochet) e Estados com forte intervenção social mas fracos no que diz respeito à violência e repressão (as Democracias europeias, embora de forma cada vez mais mitigada).
Aceitando (como aceito, embora relativizando) a perspectiva colocada na citação inicial;
Aceitando ainda, como aceito - e sem relativizar - a perspectiva de Mann;
Diria, muito simplesmente, que a Esquerda não defende um Estado paternalista. Bem pelo contrário, a Esquerda é maternalista. Paternalista, sem dúvida, é a Direita.
Se precisamos de ambas as vertentes? Com certeza!
[sobre a associação entre masculinidade e violência, ler estes dois artigos do Esquerda Republicana: A divisão de género da violência sexual; Violência e desigualdade]
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