quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Novilíngua

Em resposta à intervenção de um estudante, afirmou Martin Luther King: Não fales assim. Quando as pessoas criticam os sionistas, querem dizer judeus. Estás a falar de anti-semitismo.

King tinha toda a razão. O anti-sionismo é apenas a máscara dos que não assumem o seu anti-semitismo. É de resto uma questão transversal a outros termos. Quem é que hoje é racista? Ninguém! Só há nacionalistas. E anti-democratas? Ninguém! Somos todos democratas...

3 comentários:

Eurydice disse...

Igor, lamento discordar: sou contra o estado de Israel sem ser anti-semita... aliás, os palestinianos também são SEMITAS! Sou contra nos termos em que foi criado, como imposição vinda do exterior. Isso não me impede de lamentar os mortos de ambos os lados. Mas a sua criação acabou por gerar as maiores violências.

Anónimo disse...

Não acho lícito descontextualizar as palavras do Dr King. Tenho um bom amigo judeu - e sincero praticante da sua religião. Também é um anti-sionista convicto. Como ele, poder-se-ão encontrar muitos compatriotas em Israel...que são igualmente anti-sionistas. Acusá-los de anti-semitismo será ridículo, não lhe parece?
Stone

Igor Caldeira disse...

Anónimo, eu não descontextualizei. Pelo contrário o contexto está dado no post.

Bianca, é um facto que os árabes são semitas. Também é um facto que "anti-semitismo" é a expressão corrente para designar o ódio aos judeus. Se quiseres, podemos substituir a expressão por "anti-judaísmo". O conceito, o sentido da expressão, permanecem.
Quanto ao estado de Israel, qual é a alternativa? Expulsar os 5 milhões de judeus, cristãos e muçulmanos (e, já agora, ateus) que são cidadãos israelitas? Ou impôr-lhes um estado palestiniano? E como? Tudo o que Israel é, foi feito com trabalho dos que vivem naquele território. Como transplantar as cidades, as indústrias, as quintas, as escolas, universidades e hospitais para outro lado? Será que vamos agora regressar 60 anos atrás? E porque não regressar 2000? O princípio é o mesmo.
De resto, mesmo as próprias NU nunca pretenderam que Israel deixasse de existir. O que sempre foi pedido, e eu concordo, é que Isarel entregue os territórios ocupados após a guerra dos 6 dias e do Yom Kippur. (a maior parte dos quais foram de facto entregues)