segunda-feira, 13 de agosto de 2007

O Capitalismo actual, o Mérito e a Propriedade


A maior parte das grandes empresas (se não todas) é detida por milhares de pessoas. Nelas, como em todos os outros locais (empresas mais pequenas, administração pública) a cunha existe e existirá sempre. Ou seja, haverá sempre pessoas que se aproveitam da sua posição de poder organizacional, embora não sejam proprietárias, para favorecer um familiar ou um amigo. Esse familiar ou amigo passa a gozar de um estatuto diferente e tem a ascensão facilitada.

Compreendo que este tipo de exemplos possa fazer confusão a pessoas que imaginam o capitalismo como se estivéssemos ainda no século XVIII e estivéssemos a falar de trocar vacas ou de vender cerveja. No entanto, algum realismo não faria mal. Os marxistas tendem a ver o mundo como se vivessemos em plena Revolução Industrial. Os conservadores liberais fazem melhor: imaginam-se nos seus alvores.

De facto, a questão que o Hugo levantou é pertinente e para mim um verdadeiro liberal deveria colocar esta questão: será admissível que alguém utilize a propriedade alheia (a dos accionistas) para promoção pessoal ou familiar? Até onde vai o respeito pela propriedade aqui?
Dúvidas?


Acho encantadora a simplicidade com que os libertarianos (acho que encontrei a expressão apropriada para a espécie, a meio caminho de libertário e marciano) analisam o mundo e dão as suas respostas. Mas a dado momento temos de ver as coisas como elas são e não como os nossos autores de eleição as viveram ou as imaginaram.

Sem comentários: