quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Imbecilidade, desonestidade ou apenas alguma falta de vergonha

Sempre detestei anarquistas. Desde logo, desconfio sempre que se trata de movimentos infiltrados pela polícia (a esse propósito, ver este post). Depois, detesto a sua violência, abomino a sua demência ideológica (que partilham de resto com os libertários de direita) e não suporto os seus ares de superioridade moral com que, do alto das suas rastas e do seu sotaque de petite bourgeoisie pretendem olhar para todas as outras pessoas.
Estou à vontade portanto: antes mesmo de invadirem o campo de milho (e entre outras tropelias, de terem pontapeado o dono do terreno) já mereciam a minha reprovação.
Tenho no entanto alguma dificuldade em perceber todo o alarido que foi feito em torno da questão, como se o país estivesse à beira da ruptura porque uma centena de palhaços resolveu fazer um dos disparates que costumam fazer. É um caso de polícia, ponto final.
Preocupa-me outra coisa também, e que os anarquistas são especialistas em fazer: trazer apoio popular às causas às quais (alegadamente) se opõem. A luta contra os trangénicos (perfeitamente justa) está a ser posta em causa por este disparate (e o governo bem que o aproveita).

Agora, o que me parece também inaceitável é que o governo, prontamente seguido por uma comunicação social e uma multidão blocofóbicas ter colado este caso ao BE, como se em algum momento tivesse havido alguma ligação entre os dois. Isto também é um caso de polícia.
Casos como este, para o qual Tiago Barbosa Ribeiro do Kontratempos elogiosamente remete andam entre a estupidez declarada e a mentira descarada.

Espero, honestamente, que o BE leve o caso para a frente em termos judiciais. Se não o fizer, outros episódios iguais repetir-se-ão. Aliás, para quem não se lembre, isto já é uma repetição: já na manifestação "contra o fascismo" do Chiado houve a tentativa de colagem ao Bloco por parte da comunicação social.

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