quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Fugir às responsabilidades

«Espero que durante o dia de hoje o primeiro-ministro venha dizer se apoia as acusações grotescas do ministro da Agricultura. Se [José Sócrates] não disser nada, é porque não defende o ministro» Jaime Silva, afirmou à Lusa Francisco Louçã.
O dirigente bloquista reagia assim às declarações do ministro Jaime Silva, que segunda-feira defendeu que o BE deve esclarecer se respeita o Estado de Direito e qual a sua participação na acção de sexta-feira na Herdade da Lameira, em Silves, durante a qual cerca de cem activistas destruíram cerca de um hectare de milho transgénico.
Numa visita à Herdade da Lameira para observar os estragos causados, Jaime Silva defendeu que «é altura de o Bloco de Esquerda dizer se respeita as leis do Estado de Direito ou se anda a fingir que é amigo da democracia e depois por trás vem incentivar estes jovens que aparecem com um ar inocente para proteger a nossa saúde sem apresentar nenhuma evidência científica».
«Não sei se o Bloco de Esquerda esteve por trás disto, mas gostaria que esclarecesse qual é a sua posição«, adiantou o ministro, que defendeu ainda que »é bom« que o partido »de uma vez por todas diga se devemos basear-nos em pareceres científicos ou se devemos andar aí a apregoar um medo e um papão que não existem«.



Após isto, o ministro veio dizer que não quis insinuar nada nem acusar ninguém. Não, isto não pode ser assim. Espero que não fique assim. Não se pode fazer insinuações (que estão aí) e depois dizer que não foi nada disso que se quis dizer.
Aliás, pela transcrição que fiz no post relativo à difamação, as afirmações do ministro enquadram-se na perfeição.

4 comentários:

Anónimo disse...

Jaime Silva não precisa de provas: basta-lhe ir buscar os suspeitos do costume.

Anónimo disse...

Este assunto é muito sério e não deveria cair no esquecimento. A sugestão, em Democracia, por parte de um Governo de que um Partido da oposição actua como instigador de actos criminosos é uma acusação muito séria e grave.

O Governo deve provar a acusação feita. Não o fazendo ou não o conseguindo, deverá demitir imediatamente o ministro da agricultura.

Deveria, aliás. Porque não o fará.

Igor Caldeira disse...

Olá Max, estava agora a ler o Abrupto, e de repente apercebi-me que Pacheco Pereira adoptou a posição cobarde do ministro. O jogo do toca e foge pode não ser necessariamente terrorista - mas é sem dúvida de guerrilha.

Sejam homens, tenham coragem: não se limitem a fazer insinuações. Se eles não são capazes de assumir até ao fim que acusam o BE de estar por detrás daqueles actos, então não lancem o boato.

No caso do ministro, em particular, creio que alguma coisa deverá ser feita. Se o BE não levar a questão para os tribunais então será bem feita a próxima acusação que lhe fizerem de estar envolvido numa qualquer actividade violenta do tipo. Já não é a primeira vez que acontece, e para que não se repita os difamadores têm de ser obrigados a provar o que afirmam ou a suportar as consequências.

Anónimo disse...

Nem mais, caro amigo. A demissão imediata do Ministro, caso não o prove, é a única maneira de assegurar a sanidade democrática. Caso contrário, está dado um passo muito perigoso...